quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Reflexões sobre a intelectualidade, seu resgate, eu valor, seu poder

Ser intelectual é ter as faculdades do raciocínio, do exame, da reflexão, do interligar, do pensar, do inquirir, do duvidar, do questionar bem desenvolvidas. A essas faculdades do cérebro humano chamamos de intelecto.

Diz o filósofo Huberto Hohden que "a filosofia nasce da intelectualização do homem". A intelectualidade conduz ao filosofar, ao descobrir as razões e os porquês da vida, do homem, da natureza. 

Ser intelectual é ser algo positivo. Por ser a maioria não constituída de intelectuais é que eles são vistos com despeita, com desconfiança, com preconceito, com discriminação, com inveja, ao mesmo tempo que se nutre por eles admiração velada, escondida.

Intelectualidade não é incompatível com espiritualidade; é incompatível com superstição, com fanatismo, com crenças ocas. A intelectualidade não é incompatível com a fé, com a fé na razão, no lógos universal, criador, silencioso, fonte do pensar.

O intelectual é basicamente auditivo; ele vê e sente pelos ouvidos, canal de sua racionalidade. Por isso as imagens e as sensações televisivas pouca influência e apelo têm sobre ele. O intelectual sente pelos ouvidos o conteúdo, o tamanho do homem por detrás das palavras.

O intelectual, por saber pensar de diferentes ângulos, tem mais facilidade para se expressar, argumentar, comandar, dirigir. A oratória também nasce da intelectualização do homem.

Ser intelectual não é ser insensível, apartado do coração; quem assim o é se perdeu no mundo da intelectualidade. Existe uma fina sensibilidade que nasce da razão. Não se pode esperar do intelectual que ele seja sentimental, manobrado por sentimentalismos e jogos passionais.

Se conduz um intelectual, se lidera um intelectual pelo convencimento, pela exposição de motivos claros; não se lidera um intelectual pela imposição, pela exigência de obediência cega. Se existe um tipo de obediência que o intelectual faz concessão, é aquela que nasce de sua compreensão, de sua consciência.Todos têm o potencial para ser intelectual, mas nem todos têm vocação para ser intelectual, a inclinação, o chamado para ser intelectual.

Sabe falar de intelectualidade quem é intelectual, da mesma forma que só quem tem uma vida virtuosa tem autoridade para falar de ética, de moral, de conduta de vida. Só se fala bem daquilo que se conhece.

Pensamos que só existe preconceito contra negro, pobre, mas existe o preconceito contra quem estuda, contra quem ler, contra quem se intelectualiza. Foi por isso que muitos filósofos foram assassinados, presos, exilados, torturados, desprezados pelas mentes medíocres.Não pense que é necessariamente intelectual aquele que é portador de um diploma acadêmico, um mestrado, ou doutorado; você vai ver na maioria deles, mentes sem profundidade, doutores ignorantes muito convictos de seus saberes.

Eis aqui algumas reflexões sobre a intelectualidade, seu resgate, seu poder, seu valor.

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